segunda-feira, 15 de junho de 2020

Alimentos e Prevenção do Diabetes



Entre as recomendações formais para a prevenção do diabetes estão a prática de uma alimentação saudável, controle do peso e atividades físicas regulares. Diversas pesquisas na área de Nutrição vem sendo realizadas e o consumo regular de alguns alimentos parece contribuir para a prevenção da doença. É claro que nenhum alimento é milagroso, mas a inclusão de alguns nutrientes e bioativos à rotina alimentar – sendo essa associada a um estilo de vida saudável – parece promover importantes benefícios. Vamos conhecê-los? 
Mirtilos e uvas
Um estudo publicado na revista BMJ em 2013 compilou dados de 3 coortes totalizando mais de 187 mil pessoas que foram seguidas por até 24 anos. Neste estudo o consumo de 3 porções de mirtilo por semana reduziu o risco de diabetes em 26 por cento. Já o consumo de uvas reduziu o risco em 12 por cento. Outras frutas que também se mostraram protetoras foram maçãs e bananas. Detalhe: o efeito protetor vale apenas para o consumo das frutas inteiras. O consumo de suco teve efeito contrário! Isto é, aumentou o risco de diabetes.
Oleaginosas
Castanhas, nozes, amêndoas, macadâmias, avelãs e pistaches são ricos em gorduras insaturadas, proteínas de alto valor biológico, fibras, vitaminas e minerais (potássio, cálcio, magnésio e selênio), além de fitoquímicos (flavonoides, carotenoides e fitosteróis). Estes nutrientes têm efeitos protetores do coração, antioxidantes, anticancerígenos e anti-inflamatórios, explicando por que são capazes de reduzir mortalidade. O consumo regular de oleaginosas também tem efeitos metabólicos importantes como melhora do controle da glicemia (açúcar no sangue), redução do LDL (colesterol ruim) e triglicerídeos, aumento do HDL (colesterol bom), redução da pressão arterial e auxílio em manter o peso ideal, reduzindo o risco de obesidade. Além disso, quem consome oleaginosas acaba deixando de consumir carboidratos, o que é benéfico até mesmo para quem já convive com o diabetes.
Café
Apesar dos dados ainda não serem definitivos, diversos estudos associam o consumo do café preto a menor risco de diabetes. Um desses estudos calculou que aumentar o consumo em 1 xícara e meia por dia já é capaz de oferecer redução no risco de diabetes de 11 por cento em 4 anos.
Chocolate amargo
Chocolates com altas concentrações de cacau são ricos em polifenóis. Estas substâncias antioxidantes são responsáveis por benefícios como redução no risco de doenças cardiovasculares, além de ter efeitos metabólicos semelhantes aos das oleaginosas. No entanto, as versões ao leite e branco, por terem alto teor de açúcar e gordura adicionada, não são recomendadas e podem ser até deletérias.
Iogurte desnatado
Ao contrário do que alguns blogueiros propagam, derivados lácteos magros, especialmente o iogurte desnatado se associam a menor risco de diabetes. No estudo EPIC-Norfolk, o consumo de iogurte desnatado nos lanches reduziu o risco de diabetes em 47 por cento. Outros estudos mostram que derivados lácteos desnatados fermentados, como o iogurte desnatado, melhoram a função da insulina, explicando o mecanismo de prevenção do diabetes.
Azeite de oliva
Um dos poucos alimentos rigorosamente avaliados dentro de pesquisa de alta qualidade metodológica, no estudo PREDIMED, o consumo regular de 50 mL por dia de azeite de oliva se mostrou efetivo não só na redução no risco de diabetes como na redução de doenças cardiovasculares (risco cerca de 30 por cento menor para ambos os desfechos).
Dicas interessantes, não? Contudo, vale lembrar que mudanças nos hábitos alimentares devem sempre ser realizadas sob supervisão de profissional qualificado, seja médico ou nutricionista, após apropriada avaliação clínica.

Texto de  Dr. Mateus Dornelles Severo
 CREMERS 30.576
Médico Endocrinologista

domingo, 7 de junho de 2020

Dependência Química

A dependência química é definida pela Organização Mundial de saúde (OMS) como um conjunto de fenômenos comportamentais,  cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem após o uso repetido  de determinada substância. A dependência química é uma doença crônica e multifatorial.  Isso significa que diversos fatores contribuem para o seu desenvolvimento, incluindo a quantidade e a frequência de uso da substância, a condição de saúde do indivíduo e fatores genéticos, psicossociais e ambientais. 

É importante que a pessoa com dependência química procure ajuda com profissionais de várias áreas como; médicos clínicos; psiquiatras; psicólogos,  terapeutas ocupacionais e educadores físicos para assegurar o sucesso do tratamento.

A terapia é fundamental para o tratamento de recuperação de dependentes. Ela pode ser individual e/ou de grupo. A intervenção é feita através do uso de técnicas de prevenção da recaída para que a pessoa consiga atingir a abstinência,  e com isso, ser capaz de readaptar-se socialmente. 
Célia Ximenes CRP01-20747.